sábado, 3 de maio de 2008

Ser Mãe♥

Como domingo que vem é o dia das Mães gostaria de relatar as minhas próprias experiências, sentimentos e tudo que eu conseguir expressar sobre o meu trabalho de ser mãe. Vou começar hoje contando como foram os meus partos. Sou mãe de 3 crianças lindas. Lucas de 8 anos, Sarah de 6 e a Julie de 4. Tenho muito orgulho de ter eles na minha vida. De ser mãe e de ter a oportunidade de estar com eles 24 horas por dia...
Começando, gostaria de contar que por alguns motivos e acontecimentos passados na minha infância, eu sempre pensava que não iria me casar. Iria morrer solteira mesmo... Casamento e ter filhos definitivamente não era pra mim... Mas como eu era tola... hahaha Quando o André apareceu na minha vida, tudo mudou! Queria casar o quanto mais rápido possível e queria ter muitos filhos com ele, o homem perfeito pra mim. Quando começamos a namorar eu tinha 19 anos e nos casamos depois de 6 meses. Tinha pouco tempo que tinha completado 20 anos e ele tinha 22 e com menos de 1 mês que tinha retornado da missão. Nos casamos, no Templo de São Paulo e começamos a nossa vidinha de casados... Com poucos meses de casados, fiquei grávida inesperadamente. E com 3 meses de grávidez perdi o nosso bebê. Foi uma experiência muito difícil e traumática. Morávamos em Belo Horizonte e longe dos meus pais. Estávamos sozinhos, os pais do André estavam viajando e tivemos que nos virar sozinhos, pra achar um médico. Não tínhamos carro, não tínhamos dinheiro, não tínhamos seguro de saúde e nennhuma experiência para saber lhe dar com o que estava acontecendo... Comecei a perder o bebê com uma emorragia. E achamos um médico pela lista telefônica que era perto do trabalho do André que era numa cidade proxíma aonde morávamos. Sem pensar muito, só pegamos 1 ônibus, 1 trem e chegando a cidade que era o médico, eu já estava com dores inexplicávies e precisávamos chegar com urgência no médigo e pegamos um taxi para acabar a viagem até o consultório. Fui atendida com urgência e ali mesmo o médico retirou o nosso bebê que já estava prestes a sair... Foi horrível! Muito triste, muito difícil... Eu e André, sozinhos, num lugar estranho pra mim, com pouca experiência, perdendo o nosso bebê daquela maneira... Não foi fácil! O médico nos disse que era com urgência que eu deveria ir a um hospital e fazer uma curetagem. E não tínhamos seguro médico e nem dinheiro! Não sabíamos o que fazer. Eu sugeri ao André pra irmos a um hospital público. Ele não gostou da idéia. Mas era a única alternativa naquele momento. Fomos até o hospital, e lá tinham várias mães com vários problemas diferentes para serem atendidas. Fiquei lá por horas, pra poder ser atendida sentada num corredor. Quando fui atendida por uma médica não muito amigável, ela disse que não poderia me ajudar, porque o meu caso não era considerado urgente em vista das outras mulheres que estavam lá presentes. Eu nem acho que ela estava errada, porque eu mesma vi com os meus propríos olhos que a situação das outras mulheres que estavam presentes, realmente não era fácil. A médica disse que eu deveria voltar no outro dia e se eles tivessem vaga e se o meu caso fosse considerado sério naquele dia, eu seria atendida. Não tinha condições de esperar por tudo isso. Então ligamos para o chefe do André o João Bueno, que era dono de uma Wizard, onde o André era o supervisor. Ele já morou aqui em Utah. E não tenho certeza se ainda moram aqui. Mas ele é casado com a Júlia Bueno e são pais do Eduardo Bueno que estudou na BYU e tem outros filhos que não me lembro agora o nome de todos. Mas com muita atenção e consideração, o João Bueno nos ajudou a dar entrada num hospital em Belo Horizonte, onde pude ser atendida e fazer todos os cuidados possíveis que precisava no momento. Até hoje não sei como agradecer a eles, por terem sido tão atenciosos e por terem nos ajudado naquele momento difícil das nossas vidas. Depois disso minha mãe foi até BH para cuidar de mim em casa e depois tb chegaram Lívia e Leonel da viagem. Mas o sentimento de perda era muito grande pra mim. E foi com o tempo que superei a perda do nosso bebê.
Depois de 1 ano inesperadamente tb, fiquei grávida do Lucas. Foi uma surpresa muito grande, muito alegre e o sentimento de medo era muito grande... Tudo passava na minha cabeça: Será que vou conseguir segurar esse bebê? Será que vou ser uma boa mãe? Várias perguntas... A barriga foi crescendo, o Lucas começou a se mexer, e os mau-estar eram muito grande... Várias vezes vomitava as tripas... Fui internada algumas vezes por que estava desidratada depois de vomitar por 13 vezes num único dia... Era difícil demais!!! Todos os dias passava muito mal! A grávidez toda o chamávamos de Isac. Mudamos o nome no hospital para Lucas. Porque o Andrétinha lido algo na Bíblia no livro de Lucas que ele gostou muito. Durante a grávidez, André era um pai todo babão... E ele cantava na minha barriga todos os dias para o Lucas poder se acostumar com o papai! E ele inventou uma canção para o Lucas e cantava todos os dias antes de dormir. Era demais, porque sentia o Lucas mexendo sempre que escutava a musiquinha. Desde a barriga ele é apaixonado pelo pai. E eu mesmo com os mau-estares, tentava conversar com o Lucas e já imaginava a vida de mãe que viria pela frente...
Com 6 meses de grávidez, descobrimos que eu estava com pré-eclampsia. E era um nível muito forte. A pressão sempre estava muito forte e já tinha dilatação e tudo mais! Tive que ficar por 1 mês de repouso absoluto e algumas vezes era internada nesse 1 mês. Mas com 7 meses certinhos, q eram 28 semanas. As contrações começaram muito fortes e as dilatações tb. E com os exames que eu tinha feito um dia anterior de me internar novamente no hospital, mostrava que a minha barriga não estava deixando o sangue e oxigênio circular para o Lucas. E tb ele não estava recebendo alimento pelo cordão umbilical. Era uma grande razão para tirar ele da barriga, e teria que ser cesária, pelo risco da minha pressão que estava muito alta e pela gravidez ser muito prematura para o parto.
Foi feita a cesária e no momento do nascimento do Lucas, tive uma experiência espiritual muito forte. Mas prefiro não dar tantos detalhes do acontecimento aqui e agora... Mas foi muito lindo tudo vivido naquele momento.
O Lucas mesmo nascendo tão prematuro, saiu da minha barriga aos berros, com apenas 1 kilo e 500 gramas. Me deram um pequeno momento para vê-lo e dar um beijinho e foram as pressas com ele para a UTI neonatal. Ele tinha muitas complicações com o pulmão, perdeu peso para 1 kilo e 100, tinha apnéia, e estava com risco de vida. Todos os dias e noites era uma angústia, porque só poderíamos visitá-lo na UTI por 30 minutos ao dia e as notícias dos médicos eram sempre as mais negativas possíveis. Era muito desanimador e frustrante. Na segunda noite no hospital, os médicos disseram q Lucas estava em estado crítico e não sabiam se ele iria sobreviver aquela noite. E com todos da família em jejum, André foi dar uma bênção ao noso querido filho Lucas. Aquela noite foi muito difícil pra mim e me lembro como se fosse hoje a dor que estava sentindo no peito e as lágrimas derramadas a noite toda, que passou. E o Lucas sobreviveu. E os médicos disseram que não sabiam se foi a bênção dada ou o que foi, mas que o Lucas tinha melhorado 100 % do dia anterior. Ele ainda corria muito risco, ainda precisava de muitos cuidados, mas o estado mais crítico dele foi superado naquela noite. Depois de 1 semana fui para casa sem o meu bebê nos braços. Foi frustrante e voltei pra casa arrasada!!! E mesmo assim, eu tirava o meu leite o dia todo com a bombinha para levar para o Lucas todos os dias. Depois de 15 dias que ele estava na UTI ele podia começar a mamar no meu peito de 2 em 2 horas. Eu praticamente vivi no hospital até ele sair de lá, depois de 30 dias e com o peso de 1 kilo e 900 gramas. Levamos o nosso bebê para casa. O nosso presente concedido pelo nosso Pai Celestial e com muito amor recebido, ele cresceu bem, saudável e superou todas as espéctativas dos médicos. Os médicos não acreditavam que ele seria capaz de andar algum dia ou ser uma criança normal, dévido as emorragias que ele tinha no cerébro. E de 2 em 2 semanas, acompanhávamos o cerébro dele e depois de 1 mês. Tudo havia desaparecido sem nenhuma explicação e dali em diante o Lucas cresceu, feliz, bem e forte. Agora ele está com 8 anos e é um filho muito especial que amo tanto e que cuido com todo o amor possível! Ele nos deu uma grande lição de força e amor a vida. Ele até hoje é um grande exemplo pra nós da família em tudo! Sou muito grata por ter ele como meu filho querido!
A gravidez da Sarah foi mais tranquila, não tive tantas complicações. Mas vomitava muito e passava muito mal!!! E sem nenhuma explicação, com 8 meses completos as contrações vieram e não paravam. Fomos ao hospital e eles me internaram para tentarem segurar a gradidez por mais um tempo. E André tinha um compromisso no Rio de Janeiro a trabalho, que ele não podia faltar, porque era muito importante e precisávamos muito da quantia q ele iria receber. Ele de início pensou em adiar tudo. Mas como os médicos haviam dito que eu não iria dar a luz por aquela semana, porque estavam me dando remédios e tudo mais pra segurar a gravidez, eu convenci ele a ir para o compromisso de trabalho no Rio. Depois de implorar muito pro médico deixar eu ficar de repouso na casa da minha sogra, porque eu não suportava a idéia de ficar no hospital, ele deixou eu ir pra casa da minha sogra que estava com o Lucas já, até o André chegar. O médico estava deixando eu ir embora com algumas condições bem restritas e com remédios que iria segurar a gravidez que iria tomar via oral. Mas quando tiraram o soro do meu braço com as medicações para segurar o bebê , para já começarem a medicação via oral. As contrações vieram todas de volta e mais fortes... Me levaram então para a sala de preparação para fazerem outra cesária. E eu com toda a emoção, nem me lembrei de ligar pra nínguem avisando. E a minha sogra só descobriu por telefone, quando ligou para o hospital para ter notícias de mim que eu havia acabado de ganhar a Sarah. hehehe Minha mãe veio desesperada de Goiânia e ficou comigo no hospital o tempo todo, enquanto a Lívia ficava com o Lucas. E André recebeu a notícia no Rio de Janeiro. Ele queria vir correndo... Mas eu insisti pra ele ficar lá, já que ele já estava lá mesmo no meio do trabalho dele. A Sarah nasceu com 3 kilos. Nasceu bem e com muita saúde. Veio cedo, mas estava bem! E ela é a filha linda da mamãe que nos traz muita alegria na nossa casa. Nossa filha que é tão dócel e tão inteligente. Ela sempre demonstra preocupação conosco, é muito responsável e gosta muito de ler, estudar, desenhar e aprender qualquer coisa nova. Nós a amamos muito! Ela é sempre um exemplo de bondade e de boas ações dentro do nosso lar.
A gravidez da Julie foi bem difícil como a do Lucas. O que foi muito difícil no caso dela é q eu estava sozinha. Sem a ajuda da minha mãe e com o André estudando trabalhando e sem tempo para me ajudar. Felizmente a Cássia veio para nossa casa do Brasil quando eu estava no meio da gravidez. E me lembro de todos os dias sempre vomitar e passar muito mal sempre. Com 6 meses e meio foi descoberto que eu estava novamente com pré-eclampsia, com a pressão muito alta, proteína altíssima, pouco líquido na placenta e estava exageradamente inchada. O inchaço era tão grande que nem os chinelos de dedo do André cabiam nos meus pés. Depois que foi descoberto tudo isso, fui internada por 1 semana e considerando a opção de talvez tirar a Julie da barriga. Mas como o inchaço diminuiu e a pressão e estava um pouco melhor depois de ser internada, me deixaram ir pra casa ficar de repouso. Todas semanas estava no hospital 2 vezes na semana pra fazer exames de sangue, urina de 24 horas que guardava na minha geladeira todos os dias, média a pressão, média a proteína na urina que era sempre alta, média a quantidade de água na placenta que sempre era a mais baixa possível. Todos os exames feitos eram sempre com resultados ruins e muito preocupantes... Mas mesmo assim, com todo o repouso possível que as vezes eu não conseguia cumprir direito, por ter mais 2 filhos que eram muito pequenos, André trabalhando e estudando igual louco e casa, comida e tudo mais pra fazer... Era difícil mesmo ficar de repouso total. Mas nem sei como, consegui segurar a graidez até 35 semanas. Tive que fazer outra cesária. A Julie nasceu bem, com 5.5 pounds e era linda! Cabeludinha e muito delicadinha. Felizmente ela não precisou ficar na UTI, e tudo deu certo. E ela é toda sapeca, engraçada, sorridente, fazedora de artes e sempre traz muita alegria e gargalhadas para o nosso lar.
Não foi fácil passar por todas essas experiências pra ter meus filhos, mas sou muito grata por ter a oportunidade grande de ser mãe dessas crianças lindas que amo tanto e que me encinam muito todos os dias. Eles são meus presentes e tenho muito orgulho de ser uma mãe full time e de dedicar todo o meu tempo, esforço e amor a eles 24 horas por dia. E sei que eles vão ser sempre gratos por isso e sei que as bênçãos serão grandiosas futuramente por eu estar dedicando essa época importante a eles. Da mesma maneira que sou muito grata a minha mãe por ter feito todo esse esforço para seus filhos tb. É muito difícil, cansativo, extressante a maternidade, mas ao mesmo tempo é linda, é súblime e não tem explicação do amor que temos pelos nossos filhos. E sei do amor que uma mãe é capaz de dar para seus filhos. E sei tb o que uma mãe é capaz de fazer para proteger seus filhos, para vê-los felizes e vê-los bem. Vale a pena! Ser mãe é um grande presente do nosso Pai Celestial!

2 comentários:

The Bryan's disse...

Concordo! Gosto de ler seu blog!

Beijao!

Gabi

Fernanda Rudloff disse...

Ola angelica tudo bem? Vc nao me conhece, mas descobri seu blog e agora sempre entro aqui para ler suas mensagens, e essa(Ser Mae) em especial me tocou bastante, pois minha historia e um pouquinho parecida com a sua, tmabem comecei a namorar meu marido com 19 anos e em 6 meses nos casamos eu tinha 20 tambem rsrsr, nunca imaginei q seria tao rapido... tambem tive uma miscarrige que foi muito triste, e agora fazem 2 meses que tive meu bebe lindoe sou muito grata ao Pai celestial por esse privilegio de ser mae, sou membro da igreja tambem, e moro na Inglaterra ja fazem 4 anos e meio e sou casada a 3 anos, nao tanto anos como vc heheh mas eu chego la rsrs, bem conheci meu esposo aqui mas ele nao e ingles rrssrsr e sim Alemao, bem acho q ja escrevi demais rsrsr espero ter contato contigo.
Um abraco Fernanda

awesome people