Uma boa conversa.

Ontem foi domingo e eu tive uma experiência muito importante para a fase que estou passando na minha vida agora.
O secretário da ala veio ao meu encontro e me deu uma notinha, dizendo que o bispo gostaria de falar comigo naquela tarde as 3 horas.
Eu fiquei super animada e nervosa ao mesmo tempo, porque já imaginava que era alguma coisa referente a algum chamado, sei lá... Fui pra casa, almocei com a minha família, tirei uma sonequinha rápida e orei antes de ir ao meu encontro do bispo, pedindo ao Pai Celestial que se fosse algum chamado que fosse alguma coisa ao meu alcance. Que eu pudesse me desenrolar bem no inglês, que eu pudesse ser mais confidente e que com certeza eu iria aceitar qualquer chamado que ele me desse.
Essa oração foi feita pela razão que eu sempre fui uma pessoa desenrolada, sempre socíavel e sempre fiz amigos fácil. Mas por alguma razão, tenho tido um pouco de dificuldade para me abrir com as pessoas dessa ala nova. Algumas das mulheres são muito agradáveis e muito simpáticas comigo. As minhas professoras visitantes são otimas e as minhas vizinhas também. Mas algumas vezes fico tímida, prefiro ficar no fundão das aulas, não faço comentários, tenho receio de me apresentar... Não sei ainda qual foi o bixo que me mordeu...
Mas então, fui na minha entrevista. Me sentei na sala do bispo, e estava muito tímida! Não sabia aonde enfiar a minha cara... Realmente eu não sei ainda porque estava agindo dessa maneira.
Mas com o desenrolar do tempo, consegui me sentir mais a vontade e mais confiante na conversa que estávamos tendo.
Ele começou dizendo que ele é um bispo muito intuitivo. Que as vezes ele acorda a noite pensando em algum membro da ala e pensa nas necessidades dessa pessoa. Ele disse que já pensou em mim algumas vezes e sentiu que ele precisava me dar conselhos que eram vindos do Pai Celestial para mim. Que tudo o que ele estava falando alí eram coisas que o nosso Pai Celestial gostaria que eu soubesse.
Eu não sabia aonde colocar o meu coração, que batia tanto... E ao mesmo tempo pensando do porque que eu não estava conseguindo então sentir essas coisas que o Pai gostaria que eu soubesse nas minhas orações?! Será que eu não estou sendo sencível as coisas que ele quer dizer pra mim?! Mas ao mesmo tempo, eu pensei. O Bispo é um servo do nosso Pai. E talvez eu preciso ouvir essas coisas da boca de alguém para eu entender melhor o que o Pai espera de mim.
Daí veio a anciedade para saber tudo o que eu precisava então ouvir...
Mas antes gostaria de explicar um sentimento pessoal meu. Na minha ala eu sou a única pessoa estrangeira. O André é americano porque nasceu aqui. Ele morou antes de se casar comigo aqui nos USA, por muitos anos, principalmente na adolescência dele. Então além dele entender muito bem a cultura brasileira, ele também entende e vive muito bem na cultura americana. Eu tenho muito amor por essa terra, que mesmo não sendo minha, tenho respeito e admiração pelas coisas que essa terra tem nos oferecido. Aqui é um lugar abençoado que as oportunidades que a nós são oferecidas são grandiosas!!! Eu sou uma residente permanente, mas ainda tenho bastante sotaque. Não fui a nenhuma escola aqui para aprender bem o inglês e a sua gramática. Sempre aprendi o inglês sozinha. Na TV, praticando com as pessoas, na igreja, na rua... Tudo porque sempre quiz estar com os meus filhos até eles irem pra escola. O que já está muito perto de acontecer.
E por esse motivo, sempre tive dificuldade para sentir que sou aceita pelas americanas, nas suas culturas. Sempre quiz ter amizade com elas. Mas nunca soube a maneira certa de agir e sempre desisti rapído de ir a frente na amizade com elas. Mas tenho algumas amigas que são americanas. Como esposas de alguns brasileiros. E algumas que são extremamente bondosas e tem mesmo o grande desejo de ser minha amiga. E vejo as suas tentativas de me fazerem sentir muito bem vindas entre elas. E aprecio muito o esforço que elas fazem!
Mas então o bispo disse que gostaria de me dizer que cada membro daquela ala era muito importante naquela ala. E a minha família não veio por acaso para aquela ala, e que nós fomos enviados como anjos com grandes propósitos. Ele disse que entende a minha dificuldade por eu ser estrangeira e da barreira que eu talvez sinta com a língua. Mas que ele sabia que o meu inglês era bom e suficiente para eu poder ter mais confiança e me expressar mais e comunicar mais com os outros membros. Para eu não me sentir intimidada pelo motivo de ser estrangeira e que talvez os americanos tenham um pouco de dificuldade para apreciar as coisas que eu poderia oferecer com a minha visão globalizada que eles não tem. E falou outras coisas a respeito disso, que eu não vou colocar aqui...
EU NÃO SABIA ONDE ENFIAR A MINHA CARA!!!
Porque eu tinha um pouco de receio de eu, uma mera brasileira, me fazer ser ouvida numa ala americana. Eu sinceramente sempre tive respeito pelos americanos e pela sua cultura, mas ao mesmo tempo sempre tive dificuldade para me relacionar bem com eles. Por não saber a maneira certa de lhe dar com eles. Mas quem sou eu? Esse é o país deles. Eu sou a estrangeira aqui!!!
Mas ele quiz deixar claro para que eu não me sentisse intimidada por ser uma estrangeira!!! E que era importante que os outros membros vissem a minha visão das coisas e que isso iria ajudar muitas pessoas para abrir as suas mentes de alguma forma. Eu admiti a ele que eu tinha as minhas dificuldades. Mas que eu gostaria de melhorar isso. Ele o tempo todo deixou claro que sabia que era normal que eu sentisse essas dificuldades, mas que eu precisava entender que eu estou no lugar certo, então que eu precisava me sentir mais confiante nas coisas que eu deveria fazer na ala.
Sinceramente! Eu precisava ouvir isso!!! Foi muito bom ter essa conversa com ele, e me senti aliviada em falar sobre esse assunto delicado com ele, um americano da nata, advogado, mas acima de tudo, meu bispo e que etava alí disposto a entender as minhas dificuldades e estava dizendo pra mim: não se sinta intimidada, faça a sua voz ser ouvida com a sua visão de ver as coisas!!! A minha felicidade era tremenda!
Mas além disso. Logo depois perguntei a ele então. Que eu sei da necessidade dos estrangeiros que vem pra cá para estudar de voltar para o seus países. Que eu não estava aqui ilegal e que o meu marido é americano também. Mas que eu sou brasileira e sei que o meu país é lá, o meu querido Brasil. Mas que eu não sentia ainda que o Pai Celestial quer que vamos embora para o nosso país ainda.
E ele me disse que o Pai Celestial realmente não quer que nós vamos embora daqui agora. Que o nosso propósito agora é de estar aqui, nessa ala. Com as pessoas dessa ala! Porque vamos aprender juntos. Que o lugar da nossa família agora é de estar aqui. E que ainda vamos ser muito abençoados. Me senti muito aliviada em ouvir isso! Porque sempre tive a grande dúvida de quando era o momento certo de ir embora. Mas agora não é o momento. Quem sabe daqui um tempo... Mas agora a minha família é ordenada a estar aqui. E agora eu não tenho dúvida do meu sentimento que aqui é o nosso lugar. E eu vou fazer de tudo ao meu alcance para que o meu direito de estar aqui, seja bem estabelicido.
Seu outro conselho foi, que eu precisava ler as escrituras, O Livro de Mormóm em português. Porque era a minha língua. E que assim o Espírito Santo iria sussurrar para mim as grandes coisas que eu precisava aprender. Eu estava lendo o Livro de Mormóm em inglês, porque sempre ouvi de outras pessoas que era uma otima maneira para aprender e a praticar bem o inglês. Mas o bispo disse que era importante que eu lesse em português. E vou começar então novamente a leitura em português.
E finalizando ele disse que sabia que eu era uma otima mãe. Ele via isso, pela maneira tão polida que os meus filhos agem e que é claro neles que eles sao bem cuidados e felizes. E que eu deveria encinar o evangelho aos meus filhos em português. Que eu deveria enciná-los a língua portuguesa e que eles precisavam aprender a amar a língua. Que eu falasse sempre português com eles e que comprasse livros em português e que eles precisavam aprender a amar o Brasil também. A cultura, as coisas que eu amo e tudo o que se refere ao Brasil.
Eu achei lindo e fiquei impressionada com o poder com que o bispo me disse tudo isso e me falou tudo, sempre me lembrando, que ele estava falando em nome do nosso Pai Celestial. Eu me senti muito amada. E ele definitivamente me fez sentir muito importante.
Eu nunca imaginava que o meu bispo um homem tão ocupado e com tantas coisas na vida acontecendo, estava prestando atenção nas minhas necessidades. Eu uma membro nova na ala, estrangeira e que ele nunca nem ouviu falar...
Me sinto muito grata por uma oportunidade tão grande como essa. Pelos conselhos tão preciosos e por sentir o amor do nosso Pai Celestial por mim e pela minha família!
Eu recebi um chamado, mas ainda não fui confirmada na ala. Então depois irei contar a vocês qual foi o chamado.
A maior felicidade de toda essa experiência foi. Que eu não devo temer por estar aqui e ser uma estrangeira. E que esse é o meu lugar certo, na hora certa. E aprendi que as possibilidades de eu desenvolver um amor grande pelas irmãs da ala é muito grande. E a importância de eu me comunicar com o nosso Pai Celestial na minha língua, o portugês é enorme. E que era importante que eu encinasse aos meus filhos a amarem as minhas origens e as coisas que o nosso querido Brasil tem a oferecer.
A minha felicidade é enorme depois de ontem. E achei que seria legal compartilhar isso com vocês.